Golpes aumentam na pandemia e clonagem de WhatsApp é o mais comum em Campo Grande

Delegacia Virtual da cidade recebe todos os dias, em média, 450 boletins de ocorrência contra crimes cometidos através da internet


Quem nunca recebeu aquela mensagem estranha com um link ou até uma mensagem no WhatsApp pedindo para fazer um depósito porque o limite do banco estourou? Pois é, a prática de golpes na internet tem assustado muita gente e, na pandemia, o número de casos aumentou. Os bandidos ainda contaram com a colaboração recente do vazamento de dados de muitas pessoas.

A Devir (Delegacia Virtual) recebe, em média, 450 boletins de ocorrência por dia e um dos principais golpes é a clonagem do número de WhatsApp. Para tentar diminuir os golpes, a delegacia planeja criar uma cartilha educativa e interativa para o cidadão.

"A cartilha vai contar os golpes, as histórias, a cobertura utilizada pelos golpistas, como é a abordagem", destaca o delegado da Devir, Juliano Toledo.

O delegado explica que essa prática de clonagem está atrelada ao golpe de estelionato. O criminoso acaba solicitando uma quantia ou uma ajuda para fazer o pagamento de alguma despesa criada no momento do golpe.

"A partir daí, o estelionatário coloca uma situação de perigo que exige um recebimento de quantia para pagar uma despesa emergencial", diz Juliano.

O delegado ainda aponta um segundo golpe que é muito utilizado pelos criminosos. Trata-se dos golpes através de canais de vendas de produtos.

"Neste caso, a pessoa anuncia o produto, o golpista negocia e retira, envia um pagamento no final do expediente bancário, manda uma pessoa para receber o produto", explica.

Porém, a prática não termina por aí. A segunda modalidade mais vista é quando a pessoa mal-intencionada fica rastreando os anúncios e entra em contato com a vítima, afirmando ser do setor de segurança da plataforma, informando que seria uma ligação para evitar fraudes e acaba solicitando uma confirmação de um código de segurança que chega através do celular da vítima.

Neste momento, o criminoso, com o código em mãos, consegue fazer a migração para uma conta de WhatsApp e clonar não somente o número, mas também consegue usufruir do anúncio da vítima para mais golpes.

A entrega de cartão também é uma modalidade que cresceu na pandemia. O golpe acaba acontecendo, por vezes, através de uma ligação onde o criminoso se passa por um atendente de banco e pede que a pessoa entregue o cartão para uma terceira pessoa envolvida, que passaria na casa da vítima.

Números na pandemia

Para efeito de comparação, os dados de 2019 e 2020 foram compilados e destrinchados pelo delegado Juliano. O período analisado foi de março a junho, momento em que a pandemia se instalou no país.

No período de 2019, infrações penais praticadas por meio da internet somavam 967 denuncias, com 233 crimes de estelionato ocorridos por meio da internet.

Com a pandemia já em evidência no Brasil e em Campo Grande, o número aumentou consideravelmente no mesmo período. As infrações registradas somaram 1.243, enquanto os crimes de estelionato praticamente dobraram, subindo para 402.

Vazamento de dados colaborou

Recentemente, o país viveu duas ondas de vazamento de dados. Esse crime acabou colaborando para o crescimento no número de crimes pela internet, principalmente os de estelionato.

O vazamento colaborava, por exemplo, para ativação de uma linha telefônica que seria usada para ligações e até criação de conta bancária para recebimento de dinheiro ilegal vindo dos golpes.

Sites que ajudariam as pessoas a saber se tiveram os dados vazados eram monitorados por pessoas mal-intencionadas, que aproveitavam da situação para praticar o ato de extorsão.

Como proceder

A pessoa que foi lesada por golpe através da internet pode registrar um boletim de ocorrência de maneira virtual ou até mesmo presencial na Devir. Caso a pessoa opte pelo registro online, ela precisa preservar as provas que comprovam o crime e entregar na delegacia mais próxima.

O crime de estelionato, já citado na matéria, é um dos mais comuns e, por isso, a vítima precisa assinar um termo de representação para dar início às investigações.

"O crime de estelionato precisa de uma representação da vítima que quer que aquele crime seja investigado", finalizou o delegado.

A Polícia Civil disponibiliza informações para evitar fraudes e cair nos golpes mais comuns dos criminosos. Para ter acesso a esse passo-a-passo, basta clicar aqui.

 

 

 

Fonte:https://www.topmidianews.com.br/policia/golpes-aumentam-na-pandemia-e-clonagem-de-whatsapp-e-o-mais-comum-em/142542/